terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Jean

Hoje é níver do Jean!
Injusto ninguém na cidade!
Vamos fazer uma reuniãozinha e fazer momentos legais como este do ano passado? Mas não precisa ser tão quente como estava!!!
Quem se habilita?!?
Eu vou, eu vou!!

Mas... antes que o dia real passe...
Parabéns pra ti e que tenhas tudinho de "bão" e faceiro no próximo ano!!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Uruguay












Me enche de felicidade inexplicável!
Na estrada aquele silêncio, a linda paisagem deserta, o caminho reto que se sumia no horizonte... Fui parar no Uruguay "sem querer". Eu nem acreditava! Respirava aquele cheiro da gasolina uruguaia, aquele cheiro de plátanos no verão... Olhava aquelas casinhas baixinhas de teto reto, ouvia aquela língua que eu adoro ouvir.


Me enche de felicidade inexplicável!! Estar no meio de um lugar e de pessoas despretensiosas, onde parece que tudo resiste bravamente às invasões culturais dos outros lugares, onde soa e aparenta uma certa inocência que me remete ao tempo em que não éramos tão neuróticos com a tecnologia da informação e à agressão psicológica dos dias de hoje, que nossa capacidade de ser não consegue acompanhar.

Me enche de felicidade inexplicável comer un "helado de dulce de leche" e compartilhar todo esse meu estado entumecido de alegria com quem me proporciona isso!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Papai Noel

Há pouco conheci essas lindas meninas, com quem tive o prazer de passar uma tarde.

Sua mãe é quem cuida da limpeza do prédio onde moro. Terminadas as aulas, elas acompanharam a mãe em seu trabalho.
Sentadas nas escadas, com aquelas carinhas de tédio, não consegui ficar indiferente aos seus olhares de "Eba, algum movimento acontece por aqui!" e começamos a conversar.
Passamos uma tarde bem animada, com direito a sorvete e música!

Uma semana depois, vem o pedido para eu escrever para elas a cartinha pro Papai Noel dos Correios.

"Querido Papai Noel", pra ti foi enviado o pedido de duas meninas que desejam uma boneca cada uma, além de uma piscina e uma bicicleta.

De quebra, a mãe pediu também material escolar e sapatos. Desta parte Dona Aninha Noel se encarregou.

Nessas horas esqueço todo meu discurso contra o velho gordo e encasacado da Coca-Cola e essa onda consumista que nos prende no final do ano...
Não vale olhar esses dois rostinhos faceiros, ainda inocentes e esperançosos, e dar uma mãozinha para que seus sonhos sejam em parte realizados?

Feliz Natal para todos, inclusive àqueles que, como eu, não têm nada a ver com aquele que nasceu há 2008 anos de uma mãe virgem e blá, blá, blá!!

Grandona

Não sabia muito bem o que estava acontecendo, mas bastante movimento tinha.
Com seu vestidinho florido, presa apenas por uma mão, ela andava pra lá e pra cá, em meio a "seus" convidados, demonstrando que tudo aquilo e todos aqueles faziam parte de um grande cenário que a deixava muito à vontade.
Na hora do parabéns, todos olhavam para ela e batiam palmas como que a convidando para também bater. O que será que estava acontecendo?
Quando ouviu seu nome em coro, repetidamente, após o "rá-tim-bum", percebeu que o negócio era com ela mesma.

Nossa grandona está quase, quase caminhando sozinha, está dentuça e tem seu linguajar próprio, além de "vovó", "Vavá", "papai" e "mamãe" já com aquele sotaque manhoso e irresistível: "mããíín"!

Semaninha


Ô coisa bem boa essa semaninha que passou!!
Tanta coisa aconteceu que deu vontade de escrever mil coisas a cada dia. Mas com essas mil coisas feitas, mal consegui parar em casa, muito menos na frente do computador. Me deu até vontade de fazer... uma lista!! Pra compartilhar com vocês o que aconteceu, sem ter que escrever um tratado a respeito de cada uma delas! Como a gente se sente pleno quando percebe as coisas boas que nos acontecem!!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Trezegraus

Dia 06.06.08 foi o primeiro encontro do grupo.

James e Thiago já trabalhavam juntos há tempos e queriam formar uma banda de música instrumental que não tivesse "um cabeça", que todos abraçassem juntos a causa. Alguma proposta nova, mas ainda nada sabido. Chamaram a mim e ao Jakka pra participar do trabalho.

Após alguns pouquíssimos ensaios veio a notícia de que o projeto do James e do Thiago para a gravação de um cd, com apoio da Fumproarte, tinha sido aprovado. Como recém tinham formado o grupo e, paralelamente, teriam que se dedicar à gravação do cd com músicos convidados, eles fizeram a "terrível" proposta de gravar o cd com esse novo grupo e perguntaram o que eu e o Jakka achávamos.

Resultado: o grupo tinha "meia dúzia de ensaio pingado" e já tinha um cd pra gravar!!

Logo em seguida já veio o convite para participarmos do "Primeiro Festival Jazz às Pampas", que aconteceu em outubro no TSP.

Nome do grupo? Depois de muito pensar e a nenhuma conclusão chegar... James precisava mandar o material pro Festival imediatamente... acabou que escolheu o nome mais inusitado, que foi a temperatura que tava na rua, no dia em que nos reunimos para decidir o nome da banda. Nos mandou um e-mail avisando "Ó, mandei o nome da banda como sendo Trezegraus!"

Pronto!
Estamos aí!!
Começamos as gravações do cd nesta semana! Acho que será um trabalho muito gostoso!!
Estou super feliz!

Ainda sem a autorização da fotógrafa Lu Mena Barreto (já vou pedir pra ela. Se der galho eu edito aqui este post), vou fazer propaganda do trabalho dela que me deixou muito surpresa pelo seu olho maravilhoso!! Essas fotos foram tiradas no ensaio do dia 03.12.08. Parabéns, Lu!

http://picasaweb.google.com/lu.menabarreto/13Ensaio#


E hoje descobri que tem uma amostrinha na internet da gravação ao vivo do show no TSP, dia 22.10.08. Tá... dêem um desconto, é ao vivo, "aquela" equalização, com nossa banda neném. Mas neném também tem muito pra ser curtido!

http://www.buzinadogasometro.com.br/web/artista/Perfil.aspx?id=102



"Trezegraus"

Thiago Colombo - violão
James Liberato - violão e guitarra
Aninha Freire - contrabaixo acústico
Luiz Jakka - percussão

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Vó Necy

Hoje faz 18 anos que minha vovozinha se foi.

Se aqui ainda estivesse, estaria com 85.
Vovó vaidosa e cheirosa... perfumada até demais!
Sempre vestida com blusa de abotoar, saia, anágua, meia-calça cor da pele e sapato de salto.
Acordava e ia direto se maquiar.
Vovó dondoca.
Tinha medo de ir pro sítio por causa das cobras.
Tinha uma casa com quadros por todos os lados.
Móveis antigos e bastante cacarecos a serem descobertos e fuçados.
Tocava piano, bordava e falava Francês.
Pintava as unhas, fazia escova.
Convidava as amigas para o chá preto das 17h, em louças reservadas só pra isso.
...porém falava de boca cheia...
Pessoa generosa, generosa até demais.
Inventava até o que não tinha para aos outros agradar.
Tocava violão e assobiava com um vibrato de invejar!
Dirigia seu Corcel II begezinho. Fazia cada barbeiragem!
Ela quem me ensinou a dirigir... nos meus 10 anos de idade!!
Ia passear comigo e me ensinava a cantar cantigas.
Jogava canastra com a netinha que a passava pra trás.
Na praia não ia pra praia. (Tenho a quem puxar.)
Passava o verão arrumando a casa e com a vassoura na mão.
Gostava de ter seus cadernos onde escrevia poesias e escrevia suas lições de Francês e de Inglês, com sua caligrafia impecável!
De tarde tinha sono compulsivo. Bobeava, dormia até em pé.
Como roncava!! Tremia a casa!!
Se dedicava à neta única como se só existisse ela na vida.
Netinha dondoca. Sempre ganhou da vovó tudo o que quis!!
Nunca podia faltar um pacote de "filhós" pra comer.
Netinha boneca que, antes de sair de casa, precisava passar na frente do espelho para que a e a babá a fizessem uma "cachucha" ou "chiquinha" de cada lado, com o cabelo bem penteado.

Um sábado, depois do almoço, fui me despedir dela pra ir para o ensaio.
Ela me deu um abraço que me disse tudo. Transmitiu o quanto me amava e que não estaria mais fisicamente presente daquele dia em diante.
Ela sabia. Eu passei a saber a partir daquele momento.
Pouco antes do Natal. Ela comprou presentes para toda a família, deixou cada um com seu nome e respectivo bilhetinho e foi para o hospital.

"Tita: Te amo muito. Sê uma boa moça como tens sido até hoje. Abraço, vó Necy. e um beijo."

, tentando! Às vezes é difícil, mas não quero te desapontar!
Te amo!
Obrigada por tudo!!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Tarefas Inusitadas II

Voltando à série "Abrindo horizontes - faça o que você achou que nunca iria fazer", depois de uma noite de dança circular e uma ida ao jogo de futebol no estádio, acabo de chegar de um sambão!!

Uma amiga está tocando no grupo de percussão "Turucutá" e tocaram no "Afro-sul/Odomodê".
Antes de ver a superdesenvoltura dela, não só tocando como "apitando" e conduzindo toda aquela batucada, assisti também a uma dança afro.

Muito bonito! Tudo muito interessante!!

Me senti um ET ali, mas tudo bem.

Fiquei tão feliz de ter feito outra coisa "diferente" e ter me divertido!!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Dos gardenias para ti


Gostaria de deixar aqui registrado a felicidade que o cheiro da gardênia me traz!
Como é bom acordar de manhã e respirar o cheirinho que está em casa, das flores que mamãe nunca esqueceu de deixar junto a mim, durante todas as semanas de dezembro de toda a minha vida!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Entrelinhas

Pesar

Em uma de minhas viagens fui parar num vilarejo do interior do país Imaginário, onde conheci Sra. Lee.

Uma senhora muito querida, simpática, porém reservada. Tinha muita dificuldade para se locomover. Olhei para seus pés e vi que, na minha frente, estava um remanescente exemplar chinês com "pé de lótus".
Já tinha ouvido falar daquilo, mas nunca tinha estado tão perto para ver como era.

Ela me convidou para sentar em sua varanda e perguntou se eu queria um chá.
Passei uma tarde inteira com ela e de lá eu não queria sair. Era muito gostosa a sua companhia. Tínhamos muitas coisas para conversar e bastante trocas culturais para fazer. Gostamos muito uma da outra.

O que me deixava triste era que, por causa de sua limitação motora, deixamos de fazer muitas coisas.

Ela disse que um de seus maiores sonhos era ter podido jogar bola e correr livre num campo, mas que seus pés de lótus vinham de uma tradição de seu país e o processo já começava desde muito pequenininha, sem que ela tivesse a oportunidade de optar. Era um processo muito doloroso.
Se acostumou porque não sabia como era ser diferente.

Estava chegando a hora de eu ir embora. Algo me deixava inquieta. Eu queria muito acompanhar a Sra. Lee por muito tempo ainda e queria tanto ter a oportunidade de vivenciar com ela a realização de seu sonho.

Comentei com ela que eu tinha ouvido falar de um médico que poderia reverter a sua situação, mas que seria uma difícil temporada. Ela precisaria de muita coragem e paciência, mas que com cirurgia, fisioterapia e uma boa dose de força de vontade, ela ainda poderia viver muitos anos caminhando normalmente e, quem sabe, até correndo.

A princípio ela se animou com a idéia. Pegou minha mão e resolveu que queria ir comigo.
Eu não tinha muito tempo, meu trem estava por partir e era necessário que fôssemos relativamente rápidas.
Ela se levantou.
Apoiada em mim, seu peso e sua dificuldade às vezes faziam com que eu me desequilibrasse e também tivesse dificuldade para andar com o cuidado de não deixá-la cair.
Na medida em que ficava muito tempo em pé e dava um... dois... três passos... ia doendo nela cada vez mais. Doía muito.

Essa dor fez com que ela pensasse em toda a sua vida, como ela passou todos esses anos e como ela sempre foi e chegou até ali. Assim ela sabia ser. Essa dor fez com que ela questionasse o fato de ter pés comuns e vir a transformar-se numa "idiota", pois possuir pés de lótus, na sua cultura, era prestigiado e raro. Essa dor lhe reconfortava por tudo dela saber e lhe deu medo do que não conhecia para além dela. Essa dor fez com que duvidasse de que poderia um dia andar normalmente. Queria ela mesmo andar normalmente? Essa dor fez com que ela não suportasse mais, largasse a minha mão e sentasse de novo.

Eu segui. Precisava pegar meu trem.

No caminho eu comecei a chorar. Queria muito continuar com Sra. Lee. Juro que é bom ter pés normais e poder andar!
...agora só posso lamentar e me conformar com o fato de que ela realmente não teria forças para andar muito. E eu não poderia carregá-la na garupa para o resto da vida.

Boa sorte, Sra. Lee! Realmente gostei muito de ter estado contigo!!

Mais um momento

Outro sentimento gostoso da semana passada foi quando um ex-namorado veio me mostrar a agenda 2009 que sua esposa o presenteou.

Em cada página ela colocou fotos de bons momentos que ele passou na vida e pessoas queridas dele.

E eu estava lá.

Fiquei feliz por estar entre as pessoas queridas. Porque foi uma iniciativa da esposa dele. Porque existem diferentes patamares de querer bem sem ter que se estressar com isso. Porque não tem preço que pague a liberdade de não se ter medo.

Homenagem

Sábado estava acabando de tirar uma sestinha, quando toca o telefone.

Era minha amiga Patty dizendo que seus pais estavam em Porto Alegre e que sua mãe tinha um presente pra mim.

Qual não foi a minha surpresa quando vi que Dna. Valcíria tinha pintado um quadro cujo tema era eu tocando contrabaixo!!
Foram dois meses de trabalho!!

Nossa... como fiquei contente!! Foi muito inusitado!
Nem sei como agradecer tamanho carinho!

Muito obrigada!!!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Níver Ka!!


Lady Ka hoje vai aos céus,
faz 30 anos,
muda de país,
muda de vida.

Deixa aqui a felicidade,
conquista lá mais felicidade.
Engorda a vida,
sabe que é querida onde quer que vá.

Parabéns, amiga blogueira!
Segue conquistando teus caminhos
dando o melhor de ti e não desanimando quando tudo parecer difícil!
Se isso acontecer, não esqueças de nós aqui, que adoramos te ler!!

Beijos, abraços e faceirices!

domingo, 30 de novembro de 2008

Meu 2008

Voltando pra casa percebi que a estrela brilhante que é colocada na ponta da torre do Bourbon, perto da época do Natal, já está novamente por ali.

Puxa! Como passou rápido o ano!! E, se passou rápido, é porque estava bom! As coisas boas sempre passam voando!

Neste ano, além de eu ter entrado no grupo vocal "Expresso 25" (que era meu sonho de muito tempo), ter sido chamada pra participar do grupo instrumental "Trezegraus" que está desenvolvendo um trabalho muito bom, ter adquirido meu maravilhoso apartamento, ter criado este blog e ter entrado pra hidroginástica, eu fiz mais tanta coisa...

Eu... sonhei muito. Pensei muito. Projetei. Errei. Aprendi truques na cozinha. Fiz um pudim de iogurte. Fiz um escondidinho. Pus a mesa. Lavei louça. Fiz feira. Fui ao cinema. Fui a shows e concertos. Aluguei DVD. Fui à Itapuã. Vi pôr-do-sol. Tirei fotos. Curti minhas famílias. Vi flores. Comi néspera. Colhi pitangas. Fui ao parque. Fiz coceguinhas. Fui cocegada. Ganhei presentes. Dei presentes. Acompanhei. Deitei olhando pro céu. Dancei. Ri quase todas as noites antes de dormir. Cuidei. Dei dicas. Ajudei. Apoiei. Fui elogiada. Elogiei. Critiquei. Fantasiei. Comprei no Makro. Li um pouco antes de dormir. Me emocionei. Veio ao meu encontro um lindo saltitante, na frente do Instituto de Educação. Passeei com o cachorro. Cheirei. Mimei. Fui mimada. Dei ração pros bichos. Recebi café na cama. Comi quitutes. Comi saudável. Olhei. Admirei. Aprendi. Ouvi. Chorei. Gozei. Estudei contrabaixo para um concurso, recebendo valiosas dicas de interpretação. Brinquei de duos em casa. Brinquei de oboé barroco. Ouvi diferentes timbres de palhetas. Passeei de carro por cidade vizinha. Fui pro sítio. Fui colher folhas de eucalipto no inverno. Escrevi. Lutei. Cresci. Me desfiz. Emagreci. Tropecei. Levantei. Acreditei. Fiz carinho. Fotografei uma família querida. Amei. Conversei. Falei bobagens e coisas sérias. Concordei. Discordei. Confiei. Tive medo. Dormi a sesta. Ensinei a dirigir. Fui "tomar café". Comprei roupas de cama e coberta fofinhas. Acordei feliz, abraçada numa pessoa especial. Dormi com o nariz numa nuca cheirosa. Caminhei pela cidade. Observei. Conheci pessoas amadas. Concluí. Subi em árvore. Joguei bola no pátio. Sorri. Fui feliz.

Só o que me deixa triste, vendo tantas coisas boas, que a pessoa que me acompanhou durante todo o ano se afastou de mim dizendo que nós "destruímos" nosso 2008. Pena que as pessoas têm visões tão diferentes do mundo. Mas... com minha visão, seguirei em frente tendo a certeza de que sou uma pessoa feliz e que a estrela brilhante da ponta da torre do Bourbon
aparecerá sempre num piscar de olhos. Preciso, portanto, aproveitar meus anos ao máximo!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Tarefas inusitadas

Das que eu ainda pretendo fazer na boa:
- ir a uma corrida de cavalos;
- aprender a dançar tango;
- andar de roller;
- sobrevoar Porto Alegre de helicóptero;
- assitir a uma apresentação do grupo "Les Luthiers";
- correr com meu amor por um campo de lavanda;
- conhecer a tríplice fronteira do Brasil com Guiana e Suriname;
- fazer um curso de fotografia;

Das que me interessam fazer, mas talvez não consiga nesta vida:
- aprender Japonês ou Búlgaro;
- tocar oboé;
- ser perfumista;
- saber o nome de todas as árvores;

Das que eu gostaria, mas acho que nunca terei coragem:
- voar de asa delta;
- fazer turismo na Europa de mochila e bicicleta, no outono;
- andar de tobogã;

Das que eu gostaria, mas acho que nunca conseguirei:
- ter um companheiro pro resto da vida e filhos nossos;

Das que eu gostaria muito, mas nunca irei:
- passar um final de semana em Porto Alegre de 1885;
- passar um final de semana em Porto Alegre de 1920;
- usar o teletransporte;
- sair da órbita da Terra;

Das que eu já cumpri:
- comer maçã do amor;
- andar de montanha russa;
- andar no túnel do terror;
- atravessar o parque tocando flauta;
- casa de espelhos que deformam a imagem;
- andar a cavalo;
- sobrevoar Porto Alegre de monomotor;
- ir a um desfile de modas;
- ir a um programa de auditório;
- andar de trenó;
- ir a um aeroporto de aeromodelismo;
- entrar num submarino;
- atravessar o parque com o figurino da peça de teatro;
- mergulho com snorkel a 7km pra dentro do mar;
- ir a um show do Fagner;
- ir a uma fábrica de chocolate;
- ir a um bingo;
- ir a um jogo de futebol!!

Das que eu repetiria:
- ir ao planetário;
- comer algodão-doce;
- pular em cama-elástica;
- fazer salto em altura

Das que eu não tenho a mínima vontade:
- ir a um desfile de carnaval;
- fazer um cruzeiro marítimo;
- comer scargot;
- andar de esqui;
- tocar trompa;
- bungee jump;
- assitir ao Domingão do Faustão;

domingo, 16 de novembro de 2008

Grêmio X Coritiba

Então de tardezinha eu iria pela primeira vez ao estádio para assistir a uma partida de futebol.

Ganhei ingressos de uma amiga, que por sua vez os ganhou em alguma promoção.

Me advertiram que o time pelo qual eu estaria torcendo usava camiseta azul com branco e preto, pra eu não me enganar ao olhar no campo.

Não tinha nada azul no armário. Eu sabia que de vermelho eu não poderia ir, senão seria linchada. Achei que o que mais se assemelhava ao azul era o verde... Mas acabei indo de branco com um casaco azul que achei perdido entre minhas roupas.

Por sorte!
O jogo era dos azuis contra os verdes e eu nem sabia!!!

Chegando lá, na primeira barreira, fui mostrar o ingresso... "Passa!!" - ouvi de um tom rude. Por que eu tinha que passar e meus companheiros não? Era a barreira policial, onde os milicos revistavam os homens, e as mulheres passavam impunes a qualquer coisa que quisessem portar para dentro do estádio.

Ao achar um lugar para sentar, automaticamente, fui tirar o som do celular, para que não atrapalhasse o evento...
Pobre do meu celular! Por mais que gritasse não me deixaria com dor nos ouvidos, como quase fiquei no momento do primeiro gol...

Parece que foi recorde de público. Tinha 43500 pessoas lá dentro. Até eu fui!!
Era um jogo importante.
Pro adversário tinha apenas um cantinho mínimo de cadeiras. Acho que 43400 pessoas torciam pro azul e as outras 100 pro verde.
Os azuis se voltavam pros verdinhos e gritavam "Vão tomar leiti quenti!"

Enquanto isso eu filmava o pôr-do-sol.
Observava pra onde ia o quero-quero, enquanto aquela galera estava correndo em seu gramado pra lá e pra cá.
Tentava ver onde estavam escondidas as caixas de som.
Via como era bonito o ballet dos braços dos azuis se sacudindo em massa para o mesmo lado.
Olhava a cara bizarra dos seguranças que ficavam estáticos na beira do campo, de costas para o jogo, de braços cruzados, com feições de malvados.
Tentava entender por que o banco dos reservas era "abaixo do nível do campo".
Cantava "oooo, aaaa, eeee" junto com todos... não sei o que queria dizer, mas o que cantavam acabava com essas vogais.
Ficava com pena dos 100 verdinhos que estavam constantemente vendo o dedo médio que os azuis mostravam pra eles.
Via que tinha umas 5 ou 6 bolas lá por baixo e umas gurias que corriam como tontas, pra buscá-las.

Nossa... tinha bastante coisa pra observar.

Prrrriii!! Eeeeeee!

O jogo acabou e eu nem me dei conta. (Assim como também não tinha me dado conta quando começou). Os tais azuis venceram de 2 X 1. Ah! Era um jogo importante. Não poderia ter sido uma partida melhor para ser minha primeira vez.
Tá bom.
Eeeee!! Então deixa eu aproveitar pra cantar o baixo do hino dos azuis, que tirei enquanto ainda não tinha começado a partida.

Aliás, os direitos autorais do hino são contabilizados por número de vezes que é tocado ou por evento?
Essa era mais uma questão importante que eu pensava durante o jogo...

De fato. Acontece tanta coisa num jogo!

Gostei!

Me pareceu divertido.

Entrou pro rol das coisas que eu tinha que fazer durante a minha vida. Agora já posso dizer que fui a um jogo de futebol.




foto: Cusco Gavronski

sábado, 8 de novembro de 2008

em trânsito

Já há 10 anos tive meu primeiro contato com Hundolândia, chegou pelas bandas de cá um de seus habitantes.
Um rapaz muito bonito e interessante, cuja sensibilidade e atenção o destacava. Nunca tinha conhecido ninguém assim antes.
Tive o privilégio de conseguir me aproximar um pouco dele e de vê-lo volta e meia. Às vezes com mais e às vezes com menos intensidade. Tinha um que outro costume diferente, como dormir com um cachorro na cama, se estressar em demasia com coisas que, para mim, não deveriam ter tanta importância, comer bastante cebola... Fato é que sempre foi uma pessoa com quem gostei muito de estar e, parece-me, sempre houve uma reciprocidade neste sentimento.

Nesses 10 anos vivi muitas experiências, em lugares diferentes, culturas diferentes. Aprendi muito.
Intensificando a convivência com meu amigo hundolandês, resolvi então que agora tentaria minha vida naquele seu país tão peculiar.

Fiz meus contatos, conheci outras pessoas de lá e todas foram tão receptivas e tão queridas comigo. Aprendi o bê-a-bá da língua local, pesquisei na internet, mandei meu currículo, falei um pouco a meu respeito...
Aparentava também terem gostado muito de mim! Consegui a garantia de um bom emprego, um excelente apartamento pra morar num lugar arborizado, clube, paz, felicidade.

Puxa! Que futuro atrativo e promissor!! Que maravilhoso intercâmbio!

Tratei logo de comprar uma passagem para lá. Deixei tudo cautelosamente armado para que nada desse errado. Arrumei minhas malas, dei tchau para os meus, comprei alguns presentinhos para levar e, como não podia faltar, meu carregamento de chimarrão para o kit de sobrevivência à distância!

Eba!! Como sou feliz!!

A viagem foi longa. Dormi bastante no vôo, mas às vezes abria um olho para espiar onde eu estava. Depois fechava novamente com um sorriso no rosto.

"Senhores passageiros, dentro de poucos minutos estaremos aterrissando no aeroporto de Astória. A temperatura é de 23º C e o tempo está bom."

Lá de cima eu já podia ver quão verde era aquele lugar e tinha muitos lagos. Tinha extensas plantações de diferentes sortes que formavam o colorido desenho de uma renda. Era bonito!! Eu estava chegando ali! Meu corpo parecia que ia explodir de tanta alegria! Eu sentia nos dedos a emoção querendo saltar de mim!

Desembarquei no aeroporto. Nada de luxos, mas muito honesto. As pessoas tinham traços muito lindos, caras sérias! Todas falavam muito rápido.

Controle de passaporte ok, as malas tinham chegado intactas. Controle da aduana: "luz vermelha!"
Eis que abri a mala para os fiscais, eles olharam minha erva do chimarrão e imediatamente fui pega por dois policiais sisudos que me conduziram a uma salinha onde seria interrogada por um oficial muito rígido e exigente, porém carismático e sedutor.
As perguntas eram muitas. Nem todas eu conseguia entender, ou por causa do idioma, ou por não ver fundamento na questão. A cada resposta uma reação extremamente exagerada que me deixava com um medo exacerbado e desanimada ou muito feliz, acolhida e esperançosa.
Ao mesmo tempo que me interrogavam, me serviam orgias gastronômicas deliciosas, mostravam músicas lindas tocadas por um oboísta da região, contavam o funcionamento do país e me comunicavam que eu estava sendo muito esperada e era muito bem-vinda.

Se eu era tão bem-vinda por que não me deixavam então sair dali e ir fazer minha vida de uma vez?!

E o tempo foi passando e eu fui ficando naquela salinha de entrada, sem que permitissem que eu realmente entrasse no país. O tempo foi passando e eu vi que a situação estava complicada, mas nunca desisti do sonho de fazer minha vida nova ali, afinal a vida não é feita só de flores. O tempo foi passando e eu me sentia feliz, mesmo assim, com as expectativas. O tempo foi passando e eu fui entendendo o funcionamento do país com a convivência das pessoas que passavam pela salinha. O tempo foi passando e eu fui agredida moralmente várias vezes, mas sempre pensei que fosse apenas uma questão de entendimento e ponderei. O tempo foi passando e eu inventava danças com músicas cantadas por mim. O tempo foi passando e foi diminuíndo os fatores que alimentavam aquele sonho. O tempo foi passando e a força para manter o ânimo foi se esvaíndo...

Estou há quase 11 meses na salinha de entrada e sou taxada de mentirosa e não tenho a confiança deles, apesar de saber que eles me querem lá. Eu mesma já não sei se confio no querer deles, embora ainda tenha a esperança de passar da salinha e conseguir recuperar minhas escassas forças numa cama bem gostosa e confortável que deve existir na cidade e, enfim, recomeçar.

...tudo porque eu trazia na mala meu carregamento de erva de chimarrão...

Passava pela salinha, de vez em quando, uma pessoa que estudou o comportamento e a cultura geral de diferentes países. Talvez ela pudesse me dar uma boa ajuda, mas ela não foi muito acessível para que eu pedisse que tentasse explicar minha situação aos hundolandeses. Talvez ela soubesse explicar que, por eu portar um simples chá, não significa que eu tenha que pertencer à máfia de traficantes e pessoas de más índoles do meu país, apesar de até conhecer muitas delas. Que eles poderiam separar as coisas, parar de tanto medo e me deixar passar.

Mas paciência. A situação está no limite, estou começando a ficar doente. Com MUITO pesar, criei coragem, pedi meu passaporte de volta e estou à caminho da sala de embarque para voltar pro meu país. Os hundolandeses não esboçaram nenhuma espécie de "não vai", além de repetir que gostam muito de mim.

Dói.

Quando penso em tudo que eu poderia viver que me parecia tão bonito, mas que praticamente não tive oportunidade de experimentar... Quando penso em deixar de conviver com aquelas pessoas tão queridas com quem me envolvi muito dentro da salinha...
Quando penso que não houve uma forte tentativa de que a situação fosse esclarecida e que aprendêssemos as nossas diferentes culturas e linguagens...

Dói.

Eles também estarão perdendo com a atitude que tiveram. Vão deixar escapar uma boa pessoa que, com certeza, os quer muito, lhes traria muito e lhes faria bem.

Paciência. Paciência.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A propósito


Alguém me diz pra que serve esta pomada?

Véspera de aniversário

Cá estou no último dia dos meus 31 anos.

Ano este em que vivi uma retrospectiva de toda a minha vida, vivi dos mais variados tipos de emoções, fiz um apanhado geral e recomecei uma Aninha.


Aninha esta que não quer perder em essência. Aninha esta que está aprendendo a se voltar para ela mesma e concentrar as energias no que ela quer construir. Aninha esta que sabe o que quer, mas ainda está em fase de conhecer e pesquisar o campo.

Peço desculpa aos que se incomodam de ver agora não exatamente a pessoa que conheceram. Mas perdôo os que se incomodam.


Ando pouco inspirada com as palavras, porque elas têm me conturbado muito o cérebro, ultimamente. Quando chego em casa, a última coisa que quero fazer é colocar as palavras pra fora.
...bom... ...que papo de véia! Abraço a todos!!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sucata

Eu sempre me vivi.
Mãe e irmãos sempre tiveram a mesma distância de idade em relação a mim.
Meu irmão grandão sempre foi grandão pra mim, até quando não era.
É difícil de acompanhar e visualizar o físico do passar dos anos.

Meu irmão grandão tocava na banda Sucata.

Aos dez anos comecei a freqüentar bares noturnos... para assistir aos shows da Sucata, junto com minha mãe. (Isso já me bastou de vivência de bar para o resto da vida, aliás.)

Acabo de ver um vídeo de um dos shows. Minha mãe tinha a idade aproximada que meu irmão grandão tem hoje. Ele, por conseqüência, tinha o físico semelhante ao que seu filho tem hoje.

Que experiência bizarra a invenção da gravação de imagens!
Que pulo repentino à outra realidade, que tu já conheceste mas está tão distante.
Que curtição!

Tiradentes

De 1998. Me mudei para o primeiro apartamento que teria a minha cara. Alugado. Na Independência.

De 2007. Me mudei para o apartamento onde eu recuperei todas minhas coisas espalhadas por todos esses anos. Próprio. Zona norte.

De 2008. Saí pra passear.

Desmanche

Condor, corvo, abutre, urubu.
E ali aquelas carcaças com seus membros escancarados sendo arrancados aos poucos, a céu aberto.
Aquilo era um cemitério de indigentes, perdidos, velhos e injustiçados.
Imobilizados.
Era um fim de linha onde, quase com certeza, o final não foi feliz.
Eu estava ali, assustada. Porém conivente com a chacina.
Ana Paula Cathartidae.

Tecido

Branco, sedoso, em formato de "U", preso a um trilho no teto.
Pulei bem alto para alcançá-lo.
Testei, desconfiada, a resistência de seus ininterruptos 30 metros.
Era seguro.
Até onde esticava?
Não além de uma distância razoável do chão.
Até onde alargava?
O suficiente para que eu me sentisse envolta por um confortável marsúpio.
Felicidade de criança!
Ao som do piano de Erik Satie, tocado pelo meu irmão.
Uma réstia de sol iluminava de leve o recinto.
Agora eu podia voar, me pendurar, virar de cabeça pra baixo.
Nada acabaria com aquela sensação.
João Bobo.
Era eu.
E me atirava para todos os lados, em todas as direções.
Elástico.
Eu tava presa.
Eu tava livre.
Bonito.
E podia sentir aquilo na pele.
E podia sentir aquilo nos músculos.
E sinto ainda aquilo na alma.

Sim. Eu tô sumida.
Eu tô ausente.
De verdade eu tô presente.
Presente pra mim.
Tô querendo aprender que o que é meu não precisa ser dos outros.
Tô querendo aprender a dizer não, pra poder dizer sim.
É difícil. Mas eu quero.
De que adianta saber e não aplicar o conhecimento?
Mas existe também muita novidade.
Procuro um equilíbrio.
Tranqüilidade.
Tô feliz.
Tô com uma pessoa que me abre os olhos e me faz sorrir.
Tô saudável.
Tô vivendo pra mim.
Tô vivendo pra nós.
Quero muito viver isso muito.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Outono


Como toda a estação em Porto Alegre, outono tem seus cheiros característicos.
Não sei o que acontece, que os odores se dividem e ficam nítidos a adentrar nossos narizes. O cabelo se impregna da expiração dos automóveis. A coloratura dos aromas se intumesce facilitando o seu reconhecer. Passo de olhos fechados na frente das lojas do passeio público e vou pensando - e quase sempre acertando - quais os artigos ali vendidos: roupa masculina, chocolate, perfume, artigos de couro, material escolar, xerox, lanches, livros, artigos de plástico, remédios...
Conclui que no outono enxergo melhor.