segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mesa de família

Sábado à tarde chuvoso em Jardim Atlântico.

No centro da mesa, um pote cheio de lápis coloridos, maravilhosos.

Ao redor da mesa, 6 adultos brincavam de colorir, de criar ou apenas curtir tudo isso.

Heca, dona da casa, com seus versos brotando enlouquecidos, escrevia uma nova letra para uma música de Chico Buarque que mereceu um dos prêmios da "XXVIII Barrifórnia da Canção Familiar Barro-pretense".

Paula estudava concentrada em seus livros de Medicina, com lápis a colorir suas informações em destaque.

Dois desenhos foram coletivos. Maria e eu alternamos os riscos, viagens, papéis e cores para criar sem temer interromper a idéia uma da outra. Não podíamos ter medo nem pena de estragar o que já estava feito. Cada traço era uma novidade e dava asas a novas histórias que nunca terminavam, não fosse por nossas barrigas que exigiram o encerramento da atividade para satisfazê-las.

Foi uma experiência supernova pra mim. Nunca tinha brincado de desenhar. Pra não dizer nunca, acho que devo ter feito isso no Jardim de Infância.

Márcia dizia não saber desenhar e fez um desenho supercolorido e bonito. Saiu de fininho, deixou a arte ali e nem disse nada.




Joana era a mais familiarizada... com desenvoltura começou a traçar linhas que se tornaram suaves ondas que foram preenchidas com um colorido intenso. De cada cantinho arredondado surgiam flores, folhas, borboleta e, no meio de toda beleza, uma menina sentada que vivia tudo aquilo com todos os seus sentidos.

Esta menina surgiu para fazer parte da minha vida. Ela me acompanhará em minha casa, todos os dias.

Bem-vinda!




Fora da ordem

Amigos bizarros:
ela um punhado de lápis de cor e sente vontade de comê-los;

ele faz do sorvete uma aquarela.

Preciosos

Se encontram numa sorveteria. Ponderam o que é mais importante dos seus afazeres. Um de nós está de passagem na cidade e temos pouca chance de charlar.
Temos algumas tarefas na rua a cumprir. Ok, vamos todos juntos.
Calor de mais de 30º C. De tardezinha. O que fazemos agora?
Um pulo na piscina do sítio, antes que o sol se ponha.
Uma de nós precisa ir. Outra nos encontra e junta-se a nós.
Ela tem 26 anos, recém, há pouco mais de um ano, fez um implante que a permite escutar.
O sítio está bonito. A água está gostosa. As brincadeiras, divertidas. A companhia, maravilhosa.
"Que som é este?" Pergunta a menina que está descobrindo coisas que até então não tinha ouvido.
E vamos para um mundo de descobertas, onde ouvimos, mostramos, cheiramos, tateamos no escuro para achar o caminho de volta no mato.
Pausa no andar para apenas sentir.
Cigarras, grilos, cachorros, sapos.
Vagalumes, pirilampos, lua crescente, estrelas.
Mãos dadas, segurança, confiança, paz.
Pessoas do bem, pessoas especiais. Momento mágico.
Obrigada! Precisamos repetir!