quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

encontro

Tocava sua música, fazia sua barba, observava e vivia intensamente o início de sua adultêz na idade sideral, enquanto aqui nascia uma pequena Ana na margem da descoberta de seu espaço. Enquanto eu jogava taco na calçada e aprendia a fazer contas de multiplicação, no tempo em que as casas não tinham grades e os carros passavam de meia em meia hora na rua, ele aparece neste mundo destinado a usar uma roupagem de Peter Pan. Deu-se, finalmente, a soma louca dessas experiências, figurinos e desafios. O resultado ainda não se sabe, mas um momento muito rico e bonito está acontecendo. Em meio a isso, o desejo de que se encontre um ponto de equilíbrio e uma extensa vibração se propague por simpatia. Enquanto isso a gente sorri.

sábado, 31 de julho de 2010

zumm

Hoje, um dia de sensação passiva da vida.
Vazio de ânimo. Vazio de existência.
Solidão.
Lembrança de desejos de como é bom ter uma vida.
Lembrança apática. Vontade apática.
Come, dorme, acorda, arruma a casa e compromissos.
Calos nos cotovelos de olhar tudo passar, debruçada na janela.
Tanto faz.
Passou, passa, passará.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Xynthia

Naquele dia o vento virava a esfera, o toque era de recolher e o mundo girava à parte.

Naquele dia as notícias eram tristes, as árvores se reverenciavam, as nuvens choravam.

Dia em que as cores eram belas, os cheiros intensos, a beleza exacerbada.

Dois corpos radiantes corriam do ponto mais alto daquele burgo, pelos campos gelados abaixo.

Na pintura do céu, ao dormir da mãe que nos aquece, a lua cheia espiava por entre as cinzentas formas soturnas celestiais.

O tempo parecia também ter congelado. Ele precisava congelar.

O tempo corria depressa. Ele não tinha como esperar.

O fogo aquecia. O amor aquecia.

E aquela grande esquizofrenia tornava tudo puro, livre e lindo.